Você já reparou quanto tempo um idoso querido passa no celular ou tablet? O que parece apenas um passatempo inofensivo pode, na verdade, esconder um problema crescente e silencioso: a dependência digital. Esse comportamento, muitas vezes usado para aliviar a solidão, pode, aos poucos, corroer a saúde emocional; aumentando ansiedade, alimentando a depressão e afastando justamente aqueles que mais precisam de conexão real, comprometendo o bem-estar e os vínculos sociais de quem mais precisa de atenção e presença.
Por que os idosos ficam viciados?
Os motivos podem variar, mas, assim como ocorre com as outras gerações, geralmente estão relacionados ao fenômeno da dependência de mídias sociais e jogos. Mecanismos de recompensa imediata, como os de jogos casuais (ex.: Candy Crush) ou vídeos curtos (TikTok, Reels) estimulam esse uso compulsivo. O isolamento e o tédio também explicam por que muitos idosos recorrem às telas, com a falta de interações sociais ou de hobbies os levando a buscar essa maior interação no mundo digital.
Esse excesso de tempo nas telas pode prejudicar a concentração e causar severos impactos cognitivos, na memória, por exemplo, e até mesmo na capacidade de manter conversas profundas.
Como identificar e reduzir o problema?
É importante observar as mudanças de comportamento dos idosos, a substituição de interações sociais por horas no celular, por exemplo, pois pode indicar dependência digital. Para ajudar, é recomendado estimular outras atividades como leitura, exercícios físicos, artesanato ou encontros presenciais , que promovem um equilíbrio no tempo online.
Além disso, definir horários e estabelecer limites referente ao uso diário do aparelho evitam também o consumo excessivo. Caso o problema persista, é indicado buscar ajuda profissional, como terapias comportamentais e acompanhamento multidisciplinar, que podem contribuir para reduzir o vício e recuperar uma rotina saudável.
O celular não é o vilão! Mas o uso precisa ser consciente
O problema não está no aparelho em si, mas no uso excessivo e, principalmente, no tipo de conteúdo consumido. Quando utilizado com moderação, o celular é apenas uma ferramenta de conexão e entretenimento saudável. O desafio está em encontrar um equilíbrio, onde consegue-se substituir hábitos nocivos por atividades que promovam um bem-estar genuíno.
Ao perceber que um idoso próximo está passando por essa situação, pequenas intervenções no dia a dia são capazes de fazer toda a diferença. Uma rotina de visitas de familiares ou de amigos, para momentos de conversa, é sempre importante, assim como a ajuda profissional, tanto de cuidadores especializados, que oferecem companhia, quanto de apoio psicológico e social. O essencial é sempre oferecer alternativas que resgatem o prazer das atividades offline e fortaleçam os laços sociais.